Por pontos: 1) a qualidade da escrita de Musil é inquestionável; 2) a leitura de O homem sem qualidades condicionará sempre qualquer análise a outra obra que se lhe leia.
A portuguesa e outras novelas divide-se em duas partes, Uniões (1911) e Três Mulheres (1924), mas em ambas se abordam as dúvidas de complexas personagens femininas. O amor, a fidelidade, o acreditar e os seus opostos são explorados de forma constante e repetitiva – às perguntas respondidas seguem-se novas perguntas. Esta vontade de explicar a existência humana e as relações entre homens e mulheres acaba por tornar a leitura enfadonha e dar a sensação de termos folheado páginas em sentido contrário.
Sem perder de vista os pontos inicialmente mencionados, diria que no conjunto das cinco novelas que compõem este livro, só uma entusiasma e agarra o leitor de forma ininterrupta – A consumação do amor.
A portuguesa e outras novelas
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